quarta-feira, 29 de julho de 2020

CORAÇÃO LOUCO




                    CORAÇÃO LOUCO
  

                    Filme norte-americano de 2009 de drama e romance, gira em torno de um homem que, depois de alcançar o auge de sua carreira, tornando-se incrivelmente popular, se descobre pobre, com problemas de saúde e relegado a eventos de quinta categoria ao chegar à meia idade. Estabelecendo a decadência do protagonista já em sua cena inicial, quando vemos o cantor country Bad Blake (Jeff Bridges), dirigindo seu velho carro rumo a uma cidadezinha na qual se apresentará, o roteiro do também diretor estreante Scott Cooper, logo se encarrega de ilustrar o alcoolismo dele e o seu bloqueio artístico, já que há anos não consegue compor uma nova canção. 
                    Ressentindo o sucesso de um antigo pupilo, Tommy Sweet (Colin Farrell), Blake se mostra resistente à ideia de abrir o show dele, mesmo precisando de dinheiro. É então que conhece Jean Craddock (Maggie Gyllenhaal), jornalista e mãe solteira, com a qual acaba se envolvendo, passando a conviver também com o filho de quatro anos da moça. Atuação brilhante de Jeff Bridges, está absolutamente convincente como um veterano músico country (ele canta quase todas as canções ouvidas no longa), o ator confere enorme carisma a Blake que, mesmo com alguns defeitos, conquista o espectador desde o primeiro segundo da projeção. Tornando-se ganhador do Oscar de Melhor Ator de 2010 e também Ganhador do 67º Globo de Ouro em 2010 com esse papel. 
               Buscando ser sempre gentil com seus fãs, ele se mostra absolutamente confortável diante de suas reduzidas plateias, estabelecendo uma relação amável e simpática com o público, chegando a lembrar até mesmo de dedicar números específicos a alguns de seus ouvintes e da mesma maneira, ele não se furta de aproveitar a oportunidade de dormir com as inevitáveis fãs. 
                Porém, se ganha vida e energia no palco, fora deste Blake surge sempre pálido e tossindo, enquanto traz um onipresente copo de bebida quase como uma extensão do seu braço - e é no mínimo interessante vê-lo limpando cuidadosamente sua guitarra, já que demonstra um descaso pavoroso para com seu principal instrumento de trabalho: seu próprio corpo. Falando com uma dicção trôpega, que indica seu constante estado de embriaguez, o cantor oscila entre o limite da depressão e o intenso mal-estar provocado pelo excesso de bebida - algo que Bridges retrata com uma intensidade única. Além disso, o ator é hábil ao demonstrar a resistência de seu personagem diante de certas perguntas feitas por Jean, já que as respostas que se nega a dar, revelam bem mais sobre Blake do que aquelas que ele oferece sem hesitação. Para completar, Bridges enriquece sua composição através de detalhes como empurrar o vidro automático de seu carro para ajudá-lo a fechar, o que embora pareça banal, é perfeito ao demonstrar como o músico já se encontra habituado ao mau funcionamento do veículo. 
            Não posso deixar de mencionar que temos no elenco o excelente ator veterano Robert Duvall que também é um dos produtores da película, e que faz uma quase figuração, no papel de Wayne Kramer, um velho amigo de Blake. Mas é tão bom voltar a vê-lo em cena, que não reclamarei da sua curta participação. Em tempo, somente a título de curiosidade durante os créditos finais, podemos ouvir Robert Duvall cantando os mesmos versos que ele recita durante a projeção.
              Finalizando as minhas colocações, "Coração Louco" é um filme para os olhos e música para os ouvidos de quem acredita que nunca é tarde para recomeçar. É cinema de qualidade sem contra-indicações. Se persistirem os sintomas, assista novamente, com a pipoca e o refrigerante. Ele está disponível no NetFlix e no YouTube!!!!!! 

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