ESCOBAR: A TRAIÇÃO
Filme de drama, biográfico lançado em 2017 e exibido fora da competição no 74º Festival Internacional de Cinema de Veneza e na seção de Apresentações Especiais no Festival Internacional de Toronto de 2017. Pablo Escobar Gaviria foi o poderoso fundador do Cartel de Medellín. Através do olhar de sua glamorosa amante Virginia Vallejo, uma jornalista conhecida com o seu próprio programa de televisão, a trama acompanha a história da ascensão e queda do Senhor do tráfico colombiano. Sua vida, um dos maiores traficantes da História, tem sido alvo de interesse público há uns bons anos.
O filme é inspirado no livro "Amando Pablo, Odiando Escobar", escrito pela jornalista e ex-amante do colombiano, Virginia Vallejo. É a atriz Penélope Cruz, quem dá a vida a essa celebridade. O roteiro persegue as páginas da literatura, desde o momento em que os dois se conheceram, todo o relacionamento, o que ela presenciou sobre o submundo do Cartel de Medellín e, também, como teria sido uma das peças fundamentais para colocar Escobar (Javier Bardem) atrás das grades. Como se percebe, é muita história para apenas duas horas de filme.
O grande problema do diretor espanhol Fernando León de Aranoa é não saber para que lado ir. A cinebiografia convencional segue uma linha do tempo, desde a festa em Hacienda Nápoles, onde Virginia e Pablo se conheceram. Justamente o momento em que o cartel é formado sob o verniz de ser uma causa beneficente. A presença de Javier Bardem como Escobar é imponente. Com vários quilos a mais para ficar parecido com o traficante da vida real, o ator magnetiza o espectador, assim como o faz com a sua amante, tornando possível entender como Virginia se apaixonou tanto por ele e, assim, causou a própria ruína ao fazer vista grossa para a lama em que havia se metido.
Escobar: A Traição poderia ter sido melhor, se realmente tivesse foco. Porém, ao disparar para todos os lados, acaba se distanciando de sua proposta de mostrar como um relacionamento desastroso pode levar um casal para o fundo do poço. O "espanglês" também não ajudou, sobretudo com dois artistas espanhóis da qualidade mais que comprovada dos protagonistas. Se entende a jogada do seu diretor para angariar o público norte-americano e até do resto do mundo, porém o tiro saiu pela culatra, pois poucos quiseram assistir a produção após tamanha repercussão negativa. A vantagem de Aranoa é não endeusar os protagonistas, que tomam decisões erradas constantemente. Mas, nem a presença dos bons coadjuvantes Peter Sarsgaard, como o agente Shepard da CIA, ou Julieth Restrepo, como Maria Victoria Henao, a esposa de Escobar, ajudam a alavancar o longa.
Acredito sim, que se houvesse especialmente um foco maior nessa personagem (Restrepo), talvez as coisas tivessem tido um outro andamento. Finalizo, dizendo que no fim, se tornou apenas mais um repetido e esquecível filme sobre a vida de Pablo Escobar, desperdiçando nessa película o potencial excepcional de interpretação de Javier Bardem. Uma pena!!!!
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