quarta-feira, 24 de junho de 2020

APENAS UM GAROTO EM NOVA YORK





APENAS UM GAROTO EM NOVA YORK
(THE ONLY LIVING BOY IN NEW YORK)


           É um filme americano de 2017, dirigido por Marc Webb (500 dias com ela, O Espetacular Homem Aranha), e escrito por Allan Loeb (Coisas que perdemos pelo caminho e Wall Street: O dinheiro nunca dorme). Na trama, o jovem Thomas Webb interpretado por Callum Turner, recém formado, está ainda perdido sobre que caminho seguir profissionalmente, enquanto seu pais interpretados por Pierce Brosnan (como Ethan Webb) e Cynthia Nixon (como Judith Webb) são ricos intelectuais socialistas vivendo numa área nobre de Nova York. Na sua vida pessoal, a situação não é muito melhor, que encontra-se apaixonado pela sua melhor amiga, papel da bela Kiersey Clemons, sem que ela retribua o sentimento.
           A vida de Thomas muda de verdade com a entrada de duas pessoas, causando a reviravolta nesta trama. A primeira é o vizinho vivido pelo veterano vencedor do Oscar Jeff Bridges, um misterioso escritor, que faz as vias de mentor, se tornando a voz da consciência do rapaz. A segunda é a femme fatale Johanna, papel da ainda estonteante atriz britânica Kate Beckinsale (no auge dos seus 44 anos) - para mim, uma das mulheres mais bonitas a pisar em Hollywood. Johanna é a amante do pai de Thomas, e criará com o rapaz um triângulo amoroso doentio, que talvez só Freud explicasse.  
          A meu ver amigos amantes da sétima arte, o maior êxito deste filme são as atuações deste elenco especial - um dos melhores do ano. E em primeiro lugar a "revelação" de Callum Turner, ator desconhecido do grande público, que apesar de já ter feito outros trabalhos, segura bem a liderança deste longa, recheado com um elenco tão renomado, e que também apresenta boa química com Bridges e Beckinsale. Estas são as relações primordiais aqui, e que funcionam devido ao talento do jovem carismático. Clemons, outra para a qual carisma não é problema, igualmente desempenha boa dinâmica com Callum. A menina de 23 anos, que recentemente esteve no filme Além da Morte, foi cortada do Liga da Justiça (no papel de Iris West), ela vai longe, escrevam. 
          Quando enfatiza relacionamentos, Apenas um garoto em Nova York, é eficiente, e sobressai ao criar trocas possíveis de se acreditar entre dois personagens de cada vez. Acreditamos em todas as relações que envolvem o protagonista Turner e ficamos até mesmo esperando que algumas delas fossem melhor desenvolvidas, ou que o filme focasse nelas para formular a sua narrativa. Aí entra novamente o fator abraçar o mundo, e o filme descarrilha para revelações rocambolescas de folhetins, somadas a um desfecho igualmente novelesco, onde tudo sempre acaba bem. Apesar dos pecados de sua resolução, o saldo aqui é positivo. Mesmo que achemos que em algum lugar perdido no meio de tudo se encontre um filme mais bem acabado, com verdadeira possibilidade de ser grande. 
         Finalizando, embora com alguns defeitos, essa película oferece diversão sem complicação, boa trilha musical, boas interpretações, e recomendo para quem quer assistir um filme leve, para relaxar por alguns bons minutos. Agora pode ser visto, pelo que eu sei no canal fechado Prime Video e no YouTube ( ambos aluguel). Até a próxima !!!!!!!  


sexta-feira, 12 de junho de 2020

O ÚLTIMO REI





                                   O ÚLTIMO REI

                               ( BIRKEBEINERNE )


            É um filme norueguês lançado em 12/02/2016, baseado em fatos históricos e reais, de ação, aventura e drama com direção de Nils Gaup, lançado na NetFlix em 08/04/2020. Foi uma saga que mudou o curso da história do país. 
       No ano de 1206 a Noruega está tomada pela guerra civil, o  rei Hakon Sverresson  com a ajuda de um grupo rebelde,  luta pela sua sobrevivência contra a Igreja, que almeja assumir o trono. Em seu leito de morte antes de ser deposto, o rei descobre o nascimento de um filho seu ilegítimo, o único herdeiro do trono, o qual metade do reino deseja a sua morte. Dois integrantes do grupo de rebeldes são nomeados guardiões do pequeno herdeiro e precisam cruzar uma perigosa jornada a fim de proteger o futuro rei da Noruega. 
           Começo, que achei o filme bastante interessante, surpreendente produção fílmica norueguesa, pois se trata de um país sem tradição cinematográfica, reproduz alguns momentos da guerra civil norueguesa após a Era Viking (séculos XII-XIII d.C).              O diretor Nils Gaup é um especialista em películas históricas retratando cenas de batalhas nórdicas em neve, como em Fugindo da Morte (Ofelas,1987), produção enfocando a região da Lapônia do ano mil, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Entre os personagens principais está o ator Kristofer Hivju( personagem Torstein), que interpretou o papel de Tormund Giantsbane, na série Game of Thrones. A principal trama do filme é a fuga eletrizante do bebê bastardo (futuro rei Hakon IV), conduzido pelo Torstein e pelo personagem Skjervald (ator Jakob Oftebro), um tema icônico na cultura norueguesa (em 1869 o pintor Knud Bergslien realizou a famosa pintura " Birkebeinerne pa Ski over Fjeldet ). Se as questões políticas e sociais não são tão aprofundadas no filme, a narrativa é muito bem conduzida e as cenas de ação são excelentes. O filme possui reconstituições de batalhas muito superiores a outras produções escandinavas, apresenta grandes cenários ,incríveis perseguições de esqui, além das belíssimas paisagens existentes na  Noruega, com direito a aurora boreal e muita neve. 
             O reinado de Hakon IV é um dos mais famosos da Noruega medieval (durou quase 50 anos), e sob seu reinado houve um enorme incentivo e patrocínio de artistas e literários, como também ocorreu muito  mais  atividades artísticas e culturais nórdicas  produzidas, como a Volsunga saga e a versão nórdica de Tristão e Isolda. O título do filme original, Birkebeinerne, se refere a um grupo militar-político da Noruega, criado entre os anos de 1174 a 1218, originalmente criado contra o rei Magnus V da Noruega.  Amigos cinéfilos recomendo esse filme despretencioso para quem quer distração, e para os amantes desse gênero, disponível na NetFlix (assinatura), no Google Play Filmes (aluguel do filme) e no YouTube (também aluguel). Bom entretenimento!!!!!!                                          

quarta-feira, 10 de junho de 2020

SEGREDOS OFICIAIS






SEGREDOS OFICIAIS

                                         (OFFICIAL SECRETS)
                   
                                   
                    É um filme de parceria do Reino Unido e USA cuja estréia no Brasil ocorreu em 31/10/2019, com direção e roteiro do sul africano Gavin Hood, mesmo diretor de Ender's Game - O Jogo do Exterminador (2013), X-Men Origens: Wolverine(2009), entre outros. A película ambientada no início dos anos 2000, dramatiza a trajetória de vida de Katharine Teresa Gun, que tornou-se mundialmente famosa ao expor segredos extremamente confidenciais da Agência de Segurança Nacional. O filme não se limita a apresentar as pessoas por trás da história, mas transforma o caso da publicação de um comunicado do governo britânico em um suspense envolvente, elevado por atuações extremamente inspiradas. 
             Katharine Gun (Keira Knightley), é uma tradutora do Government Communications Headquarters (GCHQ, agência da inteligência britânica responsável por vigiar os meios de comunicação) que, em 2003, vazou uma ordem de seus superiores para, a pedido do governo dos Estados Unidos, espionar membros do Conselho de Segurança da ONU e adquirir informações que pudessem ser usadas para convencer as delegações a votarem a favor da guerra do Iraque. Considerando o pedido ilegal e com remorso pelas vidas que seriam perdidas no caso de um confronto, Gun encontrou um jeito de publicar a ordem, sendo então enquadrada no Ato de Segredos Oficiais da Constituição britânica, que proíbe qualquer empregado do governo de compartilhar informações consideradas sigilosas com pessoas fora do trabalho. Partindo deste ponto, o filme de Gavin Hood passa a seguir os acontecimentos no período de um ano após a publicação do e-mail recebido por Katharine no jornal The Observer. Com extremo cuidado para não vitimizar demais sua protagonista, o diretor dá o mesmo tempo para as repercussões do escândalo na mídia, nas instituições públicas e no debate popular, cada um com sua própria visão sobre os atos de Gun. Dissecando cada consequência do vazamento, Hood cria duas tramas separadas, embora completamente dependentes: a vida da mulher que, aos 28 anos, passa a ser acusada de alta traição pelo próprio governo e o papel da mídia no escândalo, em núcleo liderado por Martin Bright (Matt Smith), jornalista que assinou a matéria do jornal The Observer. Mesmo sem uma comunicação direta entre os personagens, não há um diálogo ou ação de Gun que não reflita no trabalho de Bright, que por sua vez afeta a vida da moça a cada linha que publica, mesmo sem saber seu nome. 
                 Apesar de se tratar de uma biografia, o longa resiste ao impulso de idealizar seus heróis. Katharine fraqueja em diversos momentos e se arrepende das ações logo que vê seu documento publicado, Bright se delicia com o sucesso de sua reportagem e Ben Emmerson (Ralph Fiennes), advogado de Gun, se utiliza de um argumento extremamente arriscado na defesa de sua cliente, na tentativa de vencer um velho conhecido nos tribunais. Essa exposição dos personagens, somada às boas atuações do elenco, não só facilita a identificação com o público como também cria uma tensão que raramente se vê em dramas de tribunal hoje em dia. O trabalho dos atores também eleva Segredos Oficiais para uma categoria à parte dentro do gênero. Fiennes dá a Emmerson não só o ar de autoridade e experiência necessária a um advogado prestes a enfrentar o governo, mas também a determinação inigualável de alguém disposto a batalhar  por um ideal. Já Knightley carrega absolutamente todo o peso emocional do filme em uma das melhores atuações de sua carreira. Do trio de protagonistas, o único que destoa é Matt Smith: mesmo sem ter uma atuação ruim, o inglês ainda se vê preso aos maneirismos que o tornaram famoso em Doctor Who e sua performance, a meu ver aqui um pouco desatenta, para quem acompanhou seu período na clássica série britânica.  Apesar disso, o núcleo de Smith é o mais interessante do filme. 
                   Um momento inconsistente da narrativa é quando, no segundo ato, os jornalistas somem de cena para dar espaço para outras subtramas, voltando a ter certo destaque apenas no final. Mesmo fazendo sentido narrativamente para novos e importantes personagens, tal transição poderia ser feita de forma mais sutil, sem deixar o núcleo jornalístico fora da tela por tanto tempo, já que eles têm um destaque tão importante no início. A forma como Hood retrata a cobertura midiática é extremamente realista, mostrando veículos e jornalistas que colocam as ideologias e interesses de seus empregadores acima da notícia, ou que mudam radicalmente seus discursos ao perceberem o potencial econômico de uma matéria. Mesmo contando a história de uma mulher que arriscou tudo ao tentar impedir uma guerra ilegal, Segredos Oficiais pintou um quadro assustadoramente realista sobre a maneira como o jornalismo é feito, especialmente no Século XXI. 
                   Brilhante em quase toda a sua projeção e acima da média até em seus poucos pontos fracos, Segredos Oficiais é mais do que apenas uma importante história real levada às telas, é um exemplo a ser seguido por produções biográficas futuras, pelos noticiários nas mídias contemporâneas como um todo, e um  novo destaque para para todos os envolvidos, incluindo seus já consagradíssimos atores. 
Pelo que eu sei, a não ser que tenha como assistir em outros canais tipo "per-per-view", o filme está disponível no Amazon Prime Vídeo e também no YouTube. Vale muito a pena assistir esta película!!!!!
                                           

domingo, 7 de junho de 2020

CORAÇÃO VALENTE





                                                CORAÇÃO  VALENTE
                                          ( BRAVEHEART)
                                         

                                É um filme americano, lançado no Brasil em 14 de julho de 1995, estrelado e dirigido pelo astro americano Mel Gibson. Essa película recebeu 10 indicações ao Oscar, e ganhou em cinco categorias: Melhor Filme, Melhor Direção (para Mel Gibson), Melhor Edição de Som, Melhor Fotografia e Melhor Maquiagem. 
                                 O filme situa-se em final do século XIII, tempo em que os rebeldes escoceses lutavam contra o domínio do rei inglês Eduardo I (vivido por Patrick McGoohan). Depois de, ainda criança, ter assistido à morte de seu pai pelo exército inglês, Wallace é acolhido por seu tio, que lhe dá uma educação esmerada e erudita. Após percorrer o mundo, volta à sua Escócia natal e apaixona-se por uma jovem camponesa. Para escapar à deliberação real de que um senhor feudal inglês tinha direito a dormir com uma noiva no dia do seu casamento (direito de prima nocte), contraem matrimônio secretamente. Contudo, a sua mulher é morta por um nobre inglês e, no decorrer da vingança, Wallace assume o comando de um pequeno exército de camponeses com o intuito de lutar pela soberania da Escócia.
                             Coração Valente é um filme que já tem quase 25 anos, porém não perde a sua essência de falar sobre a liberdade e de como ela precisa ser defendida. Em um tempo em que a espada era a única maneira de buscá-la, uma população oprimida dentro de sua própria terra avistava no uso da violência uma via única sem volta. Enquanto a nobreza governava com a pena, a lâmina dava uma resposta. Por isso, não foi difícil Wallace logo amedrontar os nobres no país ao lado, e encorajar soldados que não acreditavam no poder que detinham. Apesar do filme não possuir muitos elementos históricos sólidos, é uma história inspiradora, e com o recurso visual aliado a trama, tornou-se uma obra prima. Gibson transforma cenas simples, como a da jovem Murron (Mhairi Calvey) entregando uma flor ao pequeno Wallace, em verdadeiras pinturas. O silêncio, como mecanismo sensível de trazer ao espectador a emoção da cena através da simples expressão facial e objetos em destaque é muito bem utilizado em seu cinema e repetido em toda a sua filmografia. Além disso, as cenas de batalhas, como a de Stirling Bridge (que infelizmente não tem exatamente uma ponte) são filmadas em detalhe, sem cortes exagerados e focados na violência crua de uma batalha real. Pouca gente sabe, mas esse foi o segundo trabalho dele como diretor. Dois anos antes (1993) ele fez O Homem sem Face, uma produção independente de baixo custo. 
                       Acho um filme épico, para mim ele merece todos o prêmios que conquistou nesta super produção por diversos fatores, seja pela direção do Gibson, que no seu segundo filme por trás das câmeras, conseguiu passar a atmosfera da Escócia do século XIII, seja nos ângulos da câmera, seja em como fazer com que os atores fossem os mais reais possíveis em suas atuações. Temos um elenco afinado, que realmente passa a garra, a luta e, porque não, a irreverência de um povo que acreditou na sua causa. O personagem realmente existiu e foi uma referência na luta pela independência da Escócia, tanto que a atmosfera do filme é baseada nisso, em como ele se tornou um herói, sejam os fatos aí retratados totalmente verdadeiros ou não. 
                           O filme vale ser visto por se tratar de história, mas não apenas de uma história que está nos livros, mas sim a história do nascimento de um ídolo, de um personagem que não somente foi real, mas que transcendeu a sua morte. Acho que o nome e a imagem de William Wallace ainda ecoam pelos campos montanhosos da Escócia, e foi exatamente isso que Mel Gibson contou em seu filme. 
                             Amigos cinéfilos, quem ainda não viu essa obra prima, pode assistir pelo Google Play, Telecine Play, YouTube, fora esses canais de TV paga, frequentemente a Globo, Record e o SBT passam tal película. Um filmaço, para mim, imperdível!!!!!!!!                                

terça-feira, 2 de junho de 2020

O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON

 

            O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON


            É um filme americano, lançado em 2008, baseado em um conto homônimo lançado em 1921 pelo escritor F. Scott Fitzgerald. Estrelado pelo ator americano Brad Pitt e pela atriz australiana Cate Blanchett, a película mostra a história da vida de um homem que, com o passar dos anos, vai se rejuvenescendo, ao contrário de sua amada, que envelhece normalmente. Filme dirigido por David Fincher, e escrito por Eric Roth, foi lançado em 25 de dezembro de 2008 nos Estados Unidos pela Paramount Pictures e internacionalmente pela Warner Bros. Aclamado pela crítica especializada, o filme recebeu 13 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (David Fincher) e Melhor Ator (Brad Pitt). Dessas 13 indicações venceu apenas 3 Oscars: Melhores Efeitos Visuais para Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron. Melhor Direção de Arte para Donald Graham Burt e Victor J. Zolfo. Melhor Maquiagem para Greg Cannom. 
                   Começo meu comentário dizendo tratar-se de uma fábula, passada em Nova Orleans no ano de 1918. Benjamin Button (Brad Pitt) nasceu de forma incomum, com a aparência e doenças de uma pessoa em torno dos oitenta anos mesmo sendo um bebê. Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, Button rejuvenesce. Quando ainda criança, ele conhece Daisy (Cate Blanchett), da mesma idade que ele, por quem se apaixona. É preciso esperar que Daisy cresça, tornando-se uma mulher, e que Benjamin rejuvenesça para que, quando tiverem idades parecidas, possam enfim se envolver.                                                     A meu ver é uma obra perfeita, que nos envolve de tal maneira, que é quase impossível não se entregar imediatamente. Desde as primeiras cenas, quando somos colocados diante do emocionante conto do relojoeiro que, após perder o filho na guerra, resolve construir um relógio que marque no sentido contrário, ficamos envolvidos num sentimento crescente de paixão, dor, arrependimentos, felicidade, sabedoria, descobertas e, principalmente Vida. Assim mesmo, com letra maiúscula e imponente. Não se está falando de uma trajetória ao acaso. O que está em cena é a construção de um destino, igual a todos os outros, porém, único e singular como só o nosso pode ser, mesmo que este esteja de trás para frente.
                  Baseado em um conto de F. Scott Fitzgerald, autor de textos que deram origens a filmes como O Grande Gatsby e O Último Magnata, porém Benjamin Button para mim não só é superior a estes como se coloca num nível acima da grande maioria dos filmes feitos atualmente. É algo atemporal e contemporâneo que dialoga com os grandes clássicos da sétima arte ao mesmo tempo em que se mostra completamente em sintonia com o que há de mais moderno hoje em dia. É uma produção que só poderia ser feita com a técnica disponível neste momento, porém, em nenhum instante se deixa submergir pelo aparato tecnológico de efeitos e maquiagens. Figurino, trilha sonora, direção de arte e cenários, tudo está presente para colaborar num único sentido - contar a melhor história possível, da forma mais abrangente e precisa. E este feito é alcançado sem a menor ressalva. 
                  Deixo também, dois pontos que merecem todos os aplausos possíveis, a começar pelos protagonistas Brad Pitt e Cate Blanchett. Eles que já haviam contracenados juntos em "Babel", confirmam de vez, possuírem uma química singular nas telas. A meu ver este é um dos mais envolventes desempenhos de Pitt, que se mostra frágil e sábio ao mesmo tempo em que apaixonado e inseguro. Está tudo no olhar dele, algo que por mais transformadoras que sejam as máscaras - virtuais ou não - utilizadas, nunca poderá ser ignorado. Já Blanchett está completamente diferente daquela vista em Indiana Jones e o Reino da Caverna de Cristal, porém, igualmente entregue e extremamente competente. Principalmente na segunda metade da trama, quando se revela sem amarras, deixando à mostra todo o turbilhão de emoções que somente alguém que vivenciou uma história tão única poderia sentir. 
                  Finalizando, não posso deixar de mencionar também o excepcional elenco de apoio, citando os principais a meu ver, Tilda Swinton como a esposa de um espião inglês, no papel de Elizabeth Abbott, o ator Jared Harris como o Capitão Mike, a atriz Taraji P. Henson como a Queenie, a funcionária de um lar de idosos, e finalmente o ator Jason Flemyng como o pai Thomas Button. Quem não viu, não perca, tem na Net Flix, e já assisti duas vezes. Pegue uma pipoca e um suco e bom entretenimento galera!!!!