TERRITÓRIO RESTRITO
(CROSSING OVER)
Filme americano lançado em 2009, escrito e dirigido pelo sul africano Wayne Kramer. Trata-se de um drama estrelado pelo astro Harrison Ford, no papel de Max Brogan, um agente da Imigração e Fiscalização Aduaneira, em Los Angeles. Todo dia ele precisa lidar com diversas pessoas que tentam entrar nos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Seus colegas de trabalho são seu parceiro Hamid Baraheri (Cliff Curtis), a advogada de defesa Denise Frankel (Ashley Judd) e o marido dela, Cole (Ray Liotta), que julga as solicitações feitas. Juntos, eles enfrentam as questões decorrentes do senso de dever e compaixão, envolvendo a migração para território norte-americano.
A história do filme retrata diferentes etnias de imigrantes, incluindo muçulmanos, asiáticos, latinos, turcos, judeus e uma australiana em busca de sucesso como modelo/atriz. De uma maneira ou de outra, os distintos estrangeiros acabam se cruzando pelo filme e a maioria deles passa pelo caminho do agente da imigração Max Brogan.
Um veterano na busca e prisão de imigrantes ilegais, Brogan parece destoar de seus companheiros de farda no quesito de importar-se com as histórias das pessoas flagradas ilegalmente no país. Tanto que ele passa o filme todo atrás de Mireya Sanchez (Alice Braga), uma mexicana que é presa deixando seu filho para trás.
Paralelamente à história de Brogan, acompanhamos os problemas familiares de outro agente da imigração, Hamid Baraheri; o envolvimento antiético e corrupto de Cole Frankel com a modelo e atriz Claire Shepard (Alice Eve). Ela, por sua vez, briga por conseguir ficar nos Estados Unidos da mesma forma que o namorado, o músico/professor judeu Gavin Kossef (Jim Sturgess).
Esse filme teve algumas boas surpresas para mim, como na relação antiética e corrupta de Cole Frankel com a jovem Claire Shepard (a meu ver ótima interpretação da atriz Alice Eve), outro ponto que gostei também, é que nesse filme mostrou que pode existir um lado podre nos departamentos de imigração dos Estados Unidos, devido aos funcionários mau caráter e/ou mal intencionados. Outro ponto positivo, foi narrar a história da família de Talisma Jahangir (a também muito promissora atriz Summer Bishil, revelada em Nothing is Private).
Falando em emoções, Crossing Over talvez tenha nascido na mente de Wayne Kramer como um filme para emocionar. Mas, na prática, ele acaba sendo mais como uma história para chocar e provocar revolta, incômodo, do que emoção. É um filme com um forte discurso político, disso não há dúvida. Com tantos personagens participando, fica impossível adentrar mais no caráter humano dos personagens e de suas vivências e exclusões. Uma pena. A intenção dos realizadores deste filme, parece ter sido das melhores. A ideia é boa e a direção também. O roteiro, no entanto, merecia alguns ajustes. Alguns cortes aqui, uma ou outra aprofundada nos personagens ali e, talvez, o filme ficasse ótimo.
Conta a seu favor uma direção de fotografia precisa e atenta de Jim Whitaker e, principalmente, um belo trabalho do compositor Mark Isham, em uma trilha sonora que, algumas vezes, conduz o filme mais que o roteiro de Kramer.
É um filme polêmico em muitos e variados sentidos, como pela temática, ao abordar distintos aspectos do "problema" da imigração nos Estados Unidos. Essa película mexe com os sentimentos das pessoas que viveram, de uma forma direta ou indireta, o problema da xenofobia e da divergência de interesses em um mundo cada vez mais competitivo.
Finalizo meu comentário amigos cinéfilos, que trata-se de um filme que merece ser visto, mas acho que atualmente só tem em canais pagos (Prime Video, YouTube Filmes, etc.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário