ARKANSAS
Filme lançado em 05 de maio de 2020 pela Amazon Prime (canal por assinatura), não se trata de uma película sobre a máfia italiana estadunidense, nem irlandesa. Não é sobre criminosos barra pesada, cujas vidas os levaram a escolhas erradas por falta de um sistema social acolhedor, não. Pelas palavras dos próprios protagonistas, esta é a história de "criminosos entediados" - e é exatamente este o tom do filme, nesse novo lançamento. Vamos ao comentário, Kyle (Liam Hemsworth) é um rapaz meio perdido na vida, sem perspectivas, cujo maior prazer é ficar embriagado, ele ganha a vida como atravessador no tráfico de uma cidadezinha minúscula lá pelos anos de 1980, mas um dia, ele tem que sair às pressas e deixar tudo para trás, mudando-se para Arkansas, onde ganha a parceria de Swin (Clark Duke) para entregar um grande carregamento. Entretanto, no meio do caminho são flagrados pelo policial Bright (John Malkovich), que gentilmente os força a trabalhar para ele em regime estrito. O que eles não sabem é que toda essa organização do tráfico é gerenciada por Frog (Vince Vaughn).
Com pouco menos de duas horas de duração, o que de fato chama a atenção em Arkansas é a forma como a narrativa da história é construída. O roteiro de Clark Duke (sim, o mesmo que estrela o filme) e Andrew Boonkrong, baseado no livro de John Brandon, é construído em capítulos - cinco no total - nos quais os personagens vão sendo apresentados, suas tramas vão sendo delineadas e, aos poucos, um capítulo começa a se conectar com o outro. Já viu isso em algum lugar? Sim, a construção narrativa deste filme lembra bastante o estilo de Quentin Tarantino de fazer filmes - que, por sua vez, é inspirado nos antigos filmes de faroeste, cujos enredos também eram divididos episodicamente, com cada bloco ganhando um nome. Não só neste quesito as semelhanças de Arkansas soam familiar com esses dois exemplos inspirativos, mas também na trilha sonora (marcada, fundamental para a ambientação da cena); no enquadramento (aqueles "closes" que vão fechando devagarinho no rosto do ator); o elenco majoritariamente masculino, com movimentos de cowboys ensaiados toda vez que entram em cena; o grand finalle , quando o bangue-bangue começa. É como um filme do Tarantino, mas sem a maestria dele, ficando no nível do esboço mesmo.
Então, o que, apesar das semelhanças, torna Arkansas um filme menos atraente do que seus companheiros de gênero? Bom, apesar do elenco estelar - que entrega o que é esperado dele -, a história é vazia e monótona. Tal como seus personagens confirmam, a história é entediante, e nada acrescenta na vida do espectador, nem mesmo como entretenimento. Amigos cinéfilos, não recomendo nem para os amantes desse gênero.
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