segunda-feira, 28 de setembro de 2020

HONRA AO MÉRITO


                                         HONRA AO MÉRITO

                  (THANK YOU FOR YOUR SERVICE)

                     Filme do ano de 2017, lançado aqui no Brasil em 07 de março de 2018, americano de gênero drama, biografia e guerra. Esse filme é baseado no livro Thank You for your service, de David Finkel, e essa produção marcou a estréia do roteirista Jason Dean Hall, de Sniper Americano (2014), na cadeira de Diretor. Trata-se de uma película sobre a vida dos veteranos de guerra e o pouco caso feito pelo Governo dos EUA.                                                                                                                                                                   Não chega a ser uma obra prima, mas o roteiro aprofunda na dose certa o assunto e a direção mantém um ritmo adequado. O estresse pós traumático é um elemento em filmes de drama e ação, especialmente aqueles que envolvem algum tipo de guerra. a síndrome faz com que as vítimas tenham dificuldade de se adaptar à rotina comum, depois de terem vivido situações de extrema pressão e terror. Além disso, as vítimas de estresse pós traumática são suscetíveis a "gatilhos", ou seja, imagens, palavras ou situações que os forçam a reviver o cenário que causou o trauma - o que pode ter resultados desagradáveis.                                                                                                              "Honra ao Mérito" acompanha a vida de três soldados norte-americanos que voltam para casa, após passarem uma temporada de 15 meses no Iraque. Entre eles está Adam Schumann (Miles Teller), um jovem que retorna para a esposa e os filhos, porém, começa a ter problemas para se readaptar à vida comum e sem perigos por todo o canto. O principal gatilho de Adam é relacionado ao fato de que ele não conseguiu salvar um colega de um prédio em chamas. Ele decide buscar ajuda para que encontre um grupo de apoio, antes que o estresse pós traumático leve a melhor sobre ele.                                                                                                                                                          Ótimo filme! É um drama sobre o trauma pós guerra, não um filme de guerra. Por isso não irá ver muitas cenas de guerra. Miles Teller com uma atuação surpreendente aqui nesse drama, pois estamos acostumados a vê-lo em comédias. Gostei também da interpretação da bonita atriz Haley Bennett no papel da esposa dele Saskia Schumann, e do ator Beulah Koale no papel de Tausolo Aieti.                                                   O título do filme é bem característico, pois trata-se de uma crítica severa sobre a assistência que os soldados recebem ao voltar da guerra, principalmente por ser uma história baseada em fatos reais, amigos cinéfilos, recomendo assistir, pois não sou muito apreciador de filmes de guerra, mas esse por não ter a preferência em batalhas, nem muitas cenas de guerra, e ter como principal foco, ser um drama atual e bastante comum que ocorrem nas pessoas que retornam da guerra,  tomei coragem, assisti e tive uma grata surpresa. Recomendo aos apreciadores do gênero drama! Eu sei que está disponível na NetFlix, mas não tenho certeza se tem em algum outro lugar para assistir, tipo YouTube ou similar. 

domingo, 27 de setembro de 2020

O PODER E A LEI

                        

                                                             

                                                  0 PODER E A LEI

                        ( THE LINCOLN LAWYER )

           

             Filme americano gênero drama lançado em 2011, com direção do desconhecido Brad Furman (Em busca de justiça), a adaptação do Best Seller, de Michael Connelly, traduzido aqui como " Advogado de Porta de Cadeia" (2005), tem uma trama boa, com as reviravoltas necessárias para manter a chama da dúvida acesa e te deixar ligado no filme. Pode não apresentar nenhuma novidade, mas funciona e satisfaz tranquilamente quem busca um suspense leve, honesto e com boas interpretações. Assim, da mesma forma que o pai do protagonista ensinou que "não existe cliente mais perigoso que o inocente", você pode se sentir culpado, deixando de assistir este filme por puro preconceito.                                                                                                            O chamado "filme de tribunal" é praticamente um subgênero, e costuma render trabalhos dos mais interessantes no cinema, sempre explorando os meandros, o submundo, os bastidores e as incoerências inerentes ao Sistema Judiciário. Afinal, poucas coisas são tão injustas como a Lei. Neste sentido, O Poder e a Lei não decepciona. A partir do livro de Michael Connelly, o filme mostra Mickey Haller (Matthew McConaughey, eficiente), como um advogado de poucos princípios éticos, longe daquela figura glamourizada pelo cinema, vestido com ternos caros e rodeado por belas assistentes. Nada disso! O "escritório" de Mickey é um velho automóvel modelo Lincoln, que batiza o título original do filme. Ele defende criminosos de segunda categoria, até pegar um caso que poderia mudar a sua vida: um "mauricinho" milionário (Ryan Phyllippe) é acusado de espancar uma prostituta, e todas as provas parecem incriminá-lo. Mas o esperto Mickey tem uma saída. Ele só não parou para pensar por que um milionário o contrataria.                                                                                               Neste tipo de filme, quanto menos se falar da história, melhor. Mas vale dizer que o bom roteiro de John Romano explora com sagacidade o paradoxo que um advogado passa a viver quando percebe que está sendo ludibriado pelo próprio cliente, levantando saborosas questões éticas e morais, mesmo quando sabemos que estes conceitos não são exatamente levados muito a sério pelos profissionais do Direito. A direção de Brad Furman confere a  película um leve sabor de ação e aventura, sem exageros, mas em doses suficientes para agradar os fãs do cinema comercial.                                                                                                                                                        Por outro lado, um ótimo time de coadjuvantes, figurinhas carimbadas do cinema independente (William H. Macy, Marisa Tomei, John Leguizamo), dão a O Poder e a Lei uma certa aura de respeitabilidade . No somatório, é um filme de entretenimento de qualidade e eu recomendo, disponível pelo que eu sei, nos canais de aluguel Prime Video e no You Tube. 

                                   


                                  

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

TERRITÓRIO RESTRITO

                                                                            

                                                                       

TERRITÓRIO RESTRITO

(CROSSING OVER)


             Filme americano lançado em 2009, escrito e dirigido pelo sul africano Wayne Kramer. Trata-se de um drama estrelado pelo astro Harrison Ford, no papel de Max Brogan, um agente da Imigração e Fiscalização Aduaneira, em Los Angeles. Todo dia ele precisa lidar com diversas pessoas que tentam entrar nos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Seus colegas de trabalho são seu parceiro Hamid Baraheri (Cliff Curtis), a advogada de defesa Denise Frankel (Ashley Judd) e o marido dela, Cole (Ray Liotta), que julga as solicitações feitas. Juntos, eles enfrentam as questões decorrentes do senso de dever e compaixão, envolvendo a migração para território norte-americano. 
             A história do filme retrata diferentes etnias de imigrantes, incluindo muçulmanos, asiáticos, latinos, turcos, judeus e uma australiana em busca de sucesso como modelo/atriz. De uma maneira ou de outra, os distintos estrangeiros acabam se cruzando pelo filme e a maioria deles passa pelo caminho do agente da imigração Max Brogan. 
            Um veterano na busca e prisão de imigrantes ilegais, Brogan parece destoar de seus companheiros de farda no quesito de importar-se com as histórias das pessoas flagradas ilegalmente no país. Tanto que ele passa o filme todo atrás de Mireya Sanchez (Alice Braga), uma mexicana que é presa deixando seu filho para trás. 
Paralelamente à história de Brogan, acompanhamos os problemas familiares de outro agente da imigração, Hamid Baraheri; o envolvimento antiético e corrupto de Cole Frankel com a modelo e atriz Claire Shepard (Alice Eve). Ela, por sua vez, briga por conseguir ficar nos Estados Unidos da mesma forma que o namorado, o músico/professor judeu Gavin Kossef (Jim Sturgess). 
               Esse filme teve algumas boas surpresas para mim, como na relação antiética e corrupta de Cole Frankel com a jovem Claire Shepard (a meu ver ótima interpretação da atriz Alice Eve), outro ponto que gostei também, é que nesse filme mostrou que pode existir um lado podre nos departamentos de imigração dos Estados Unidos, devido aos funcionários mau caráter e/ou mal intencionados. Outro ponto positivo, foi narrar a história da família de Talisma Jahangir (a também muito promissora atriz Summer Bishil, revelada em Nothing is Private). 
             Falando em emoções, Crossing Over talvez tenha nascido na mente de Wayne Kramer como um filme para emocionar. Mas, na prática, ele acaba sendo mais como uma história para chocar e provocar revolta, incômodo, do que emoção. É um filme com um forte discurso político, disso não há dúvida. Com tantos personagens participando, fica impossível adentrar mais no caráter humano dos personagens e de suas vivências e exclusões. Uma pena. A intenção dos realizadores deste filme, parece ter sido das melhores. A ideia é boa e a direção também. O roteiro, no entanto, merecia alguns ajustes. Alguns cortes aqui, uma ou outra aprofundada nos personagens ali e, talvez, o filme ficasse ótimo. 
              Conta a seu favor uma direção de fotografia precisa e atenta de Jim Whitaker e, principalmente, um belo trabalho do compositor Mark Isham, em uma trilha sonora que, algumas vezes, conduz o filme mais que o roteiro de Kramer. 
            É um filme polêmico em muitos e variados sentidos, como pela temática, ao abordar distintos aspectos do "problema" da imigração nos Estados Unidos. Essa película mexe com os sentimentos das pessoas que viveram, de uma forma direta ou indireta, o problema da xenofobia e da divergência de interesses em um mundo cada vez mais competitivo.
           Finalizo meu comentário amigos cinéfilos, que trata-se de um filme que merece ser visto, mas acho que atualmente só tem em canais pagos (Prime Video, YouTube Filmes, etc.)   

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A QUÍMICA QUE HÁ ENTRE NÓS

 

  A QUÍMICA QUE HÁ ENTRE NÓS

(CHEMICAL HEARTS)


                O processo de crescimento e amadurecimento de uma pessoa depende de diversos fatores. Uma porção deles externos, de caráter social, cultural, familiar; e outra porção deles internos, de caráter emotivo, sentimental. Como o próprio roteiro de Richard Tanne, também diretor, coloca aqui em sua adaptação para o livro de Krystal Sutherland, não é um período confortável da vida de ninguém. Misturando medo, insatisfações, muita confusão e emoções à flor da pele, a adolescência nos empurra e nos puxa para os mais diversos lugares e situações, fazendo-nos viver experiências que mudam de contexto para o contexto de cada pessoa, mas acabam tendo, proporcionalmente a cada recorte, o seu caráter traumático. Além de moldador de caráter e de experiências.                                                                É disso que Chemical Hearts fala. Não bastasse o momento complicado da vida, Grace Town (Lili Reinhart) vive num abismo depressivo desde a morte de seu namorado. A mudança da escola deveria ser um novo começo para ela, mas há uma série de fatores, que tornam essa recuperação mais lenta e complexa, para infelicidade e também nova fonte de problemas para Henry Page (Austin Abrams). À primeira vista, estamos diante de uma "passagem para maioridade" clássica, com algum tipo de deslocamento, idas e vindas do amor, um problema ou ação escolar, conflitos familiares e por aí vai.                                                                                                                                                Todavia, em "A Química Que Há entre Nós", temos um tratamento mais maduro para esse tipo de temática, com menor foco no lado romântico por si mesmo e mais foco nos problemas centrais vividos pelos personagens. É claro que abordagens dramáticas menos pesadas dão suporte à grande linha que costura a trama, mas tudo acaba se ligando ao luto, depressão e dificuldade de seguir em frente, que Grace encarna, tanto por estar cercada pelos objetos de sua dor, quanto pela complexidade meio doentia dos eventos que a cerca - e não digo isso no sentido negativo. O roteiro estabelece um status mórbido para toda a história, sendo introduzido por Grace e sua postura de "tanto faz", em relação ao mundo. Aos poucos, essa aura lúgubre também abraça Henry, que à sua maneira, passa a ser assombrado pelo garoto morto em um acidente de carro, fonte da dor de Grace, agora interesse amoroso de Henry. Existe tanto um reforço como uma brincadeira do roteiro com o fato de que a vida, constantemente, nos bombardeia por acontecimentos que tiram o chão de nossos pés e nos coloca em uma situação onde não sabemos como agir. Para o período etário da trama, isso é ainda mais sério. Eles são forçados a encarar a morte de frente, cada um desenvolvendo seus pensamentos sobre o que é viver e deixar de viver, algo que a direção de Taunne aproveita para cercar os personagens de símbolos que aludem a isso (peixes, cerâmica quebrada, livros com temática de suicídio entre jovens......). E no meio desse terreno inóspito de dor e de formação, nasce o sentimento que a tudo pode transformar, O Amor.                                                                                                                Para um filme de temática solene como este, é necessário um cuidado maior no encadeamento da história, para que um bloco não acabe enfraquecendo o outro, dando a impressão de ser composto por segmentos unidos por uma montagem paralela. No primeiro ato, o diretor consegue alternar bem a passagem entre os problemas escolares, a discussão para o jornal, a aproximação entre Henry e Grace e alguns percalços familiares. À medida que o filme avança, a interação entre esses espaços fica mais problemática, surgindo fora do tempo ou por um recurso de transição que parece fazer questão de matar a atmosfera tão penosamente construída na cena anterior. Tanto Lili Reinhart quanto Austin Abrams constroem personagens complexos, emotivos, cheio de camadas e que mudam bastante ao longo do filme.                                                                                                                  Lamento um pouco que o mesmo processo de luminosidade emocional, ao fim, não tenha sido adotado para Henry, mas sua contraparte passa por diversos estágios e chega ao derradeiro momento de maneira bem diferente, sendo tratada com a delicadeza necessária por Reinhart, que na verdade carrega o filme, primeiro pelo afastamento que causa no espectador, depois pela aproximação e simpatia que constrói. Aqui, dor, mudanças e amadurecimento andam de mãos dadas.                                                                              Por um breve momento o vazio interior desses personagens é preenchido, mas há algo que ainda precisa ser consertado, e essa presença do outro, apenas não basta. Uma história sobre relacionamentos, luto e superação por um viés realista, honesto e respeitoso. Filme americano lançado em 2020 pela Prime Video (canal por assinatura). Finalizo dizendo amigos cinéfilos que recomendo, quem tiver acesso para assistir. Até a próxima!!!!                                       

TEMPO DE ESPERANÇA

 

                 

TEMPO DE ESPERANÇA

(A HORSE TALE) 


                 Michael (Patrick Muldoon) é um contador na cidade grande, e cria sozinho sua filha adolescente Chloe (Mandalynn Carlson). Até que um dia ele recebe um telefonema de Cliff Harrison (Rick Herodes), pedindo ajuda para salvar os estábulos da sua família, antes que o banco tome tudo. Esse é o momento em que Michael começa a se perguntar se a vida no campo é exatamente o que eles precisam para começar de novo. Ele aceita o trabalho e uma nova vida começa.                                                                   Começo meu sintético comentário dizendo se tratar de um filme leve, despretencioso, cujo único intuito é alegrar toda a família, tipo filme de Sessão da Tarde, com atuações dos personagens dentro do direcionamento do diretor Brad Keller. Filme com ótima fotografia e bonitas paisagens, em seu elenco temos também as bonitas atrizes Charisma Carpenter no papel de Samantha Harrison e a Dominique Swain com a personagem Sydney. Filme americano lançado em 2015, disponível nos canais pagos(assinatura) da Vivo Play, Amazon Prime e gratuitamente no YouTube Filmes.                                                                                                                                                        Amigos cinéfilos recomendo para quem quer ficar quase 1 hora e trinta minutos assistindo uma película simples, leve, sem estresse, que faz bem aos olhos e ao coração e cujo intuito é passar o tempo alegremente, obviamente não esquecendo da pipoca e do refrigerante. Até a próxima!!!!

ARKANSAS

 

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ARKANSAS

              Filme lançado em 05 de maio de 2020 pela Amazon Prime (canal por assinatura), não se trata de uma película sobre a máfia italiana estadunidense, nem irlandesa. Não é sobre criminosos barra pesada, cujas vidas os levaram a escolhas erradas por falta de um sistema social acolhedor, não. Pelas palavras dos próprios protagonistas, esta é a história de "criminosos entediados" - e é exatamente este o tom do filme, nesse novo lançamento. Vamos ao comentário, Kyle (Liam Hemsworth) é um rapaz meio perdido na vida, sem perspectivas, cujo maior prazer é ficar embriagado,     ele ganha a vida como atravessador no tráfico de uma cidadezinha minúscula lá pelos anos de 1980, mas um dia, ele tem que sair às pressas e deixar tudo para trás, mudando-se para Arkansas, onde ganha a parceria de Swin (Clark Duke) para entregar um grande carregamento. Entretanto, no meio do caminho são flagrados pelo policial Bright  (John Malkovich), que gentilmente os força a trabalhar para ele em regime estrito. O que eles não sabem é que toda essa organização do tráfico é gerenciada por Frog (Vince Vaughn). 
                  Com pouco menos de duas horas de duração, o que de fato chama a atenção em Arkansas é a forma como a narrativa da história é construída. O roteiro de Clark Duke (sim, o mesmo que estrela o filme) e Andrew Boonkrong, baseado no livro de John Brandon, é construído em capítulos - cinco no total - nos quais os personagens vão sendo apresentados, suas tramas vão sendo delineadas e, aos poucos, um capítulo começa a se conectar com o outro. Já viu isso em algum lugar? Sim, a construção narrativa deste filme lembra bastante o estilo de Quentin Tarantino de fazer filmes - que, por sua vez, é inspirado nos antigos filmes de faroeste, cujos enredos também eram divididos episodicamente, com cada bloco ganhando um nome.                       Não só neste quesito as semelhanças de Arkansas soam familiar com esses dois exemplos inspirativos, mas também na trilha sonora (marcada, fundamental para a ambientação da cena); no enquadramento (aqueles "closes" que vão fechando devagarinho no rosto do ator); o elenco majoritariamente masculino, com movimentos de cowboys ensaiados toda vez que entram em cena; o grand finalle , quando o bangue-bangue começa. É como um filme do Tarantino, mas sem a maestria dele, ficando no nível do esboço mesmo.
                       Então, o que, apesar das semelhanças, torna Arkansas um filme menos atraente do que seus companheiros de gênero? Bom, apesar do elenco estelar - que entrega o que é esperado dele -, a história é vazia e monótona. Tal como seus personagens confirmam, a história é entediante, e nada acrescenta na vida do espectador, nem mesmo como entretenimento. Amigos cinéfilos, não recomendo nem para os amantes desse gênero.