A VIDA EM SI
( LIFE ITSELF )
Filme de produção americana e espanhola de 2018, escrito e dirigido pelo americano Dan Fogelman, que em síntese trata-se do relacionamento amoroso vivido por um casal Will e Abby (Oscar Isaac e Olivia Wilde), em que ele é contado através de diferentes décadas e continentes, desde as ruas de Nova York até a Espanha, e como diferentes pessoas acabam se conectando a ela, através de um evento marcante. Todas as histórias narradas tem algo em comum: luto e superação. E é exatamente por este caminho que a trama de A Vida Em Si (Life Itself) se desenvolve, um filme bonito e bem desenhado pela ótima interpretação do elenco, mas com uma carga emocional ao extremo, que muitos vão se sensibilizar, enquanto outros não. As 4 histórias divididas em capítulos - dando a impressão de que estamos lendo um livro - se passam em tempos e continentes diferentes, desde as ruas de Nova York até Espanha, mas que de alguma forma se correlacionam em algum dado momento, um ponto que o diretor e roteirista Dan Fogelman faz bem. O roteiro não entrega instantaneamente as pistas para que o público saiba o que está acontecendo. Cada história é uma peça a se juntar no grande quebra-cabeça chamado "Vida", e à medida que descobrimos o que se passa com cada personagem em cada trama, torna a experiência deste filme cada vez mais emocional, intensa e pesada, uma vez que a história explica que a vida gosta de nos pregar peças, de fazer a gente tropeçar e cair para sabermos o quão forte somos para não desistir de seguir em frente, não importa o tamanho da dor. Logo de cara, a história começa de um jeito estranho, como se fosse um filme dentro do filme, sendo dirigido e narrado por Samuel L. Jackson (sim, ele aparece). A verdade é que estamos acompanhando um ponto de vista criativo de Will para conhecer a sua história amorosa com Abby, que vão do romance universitário ao casamento e a gravidez. Junto com a criação deste roteiro um pouco desconexo, o público descobre que algo aconteceu na vida do rapaz, uma vez que ele vai revelando pitadas de sua jornada nas sessões com sua terapeuta (Annette Bening), de forma teatral, como se eles estivessem assistindo a própria vida do protagonista naquele exato momento. É impossível não reconhecer o fato de que Oscar Isaac tem uma ótima atuação ao entregar um Will atordoado, perdido, desesperado internamente e doente de amor. Sim, o personagem sofre por Abby, pelo seu amor devoto à amada que vemos crescer e se fortalecer desde o primeiro dia em que eles se encontram, Olivia Wilde não fica para trás e interpreta uma Abby feliz com a vida, com os seus desejos, mas, também discute, enfrenta os obstáculos sem deixar o amor de lado. Mas um evento faz com que tudo mude, levando o espectador para a segunda história. Na segunda subtrama, acompanhamos a vida de Dylan (Olivia Cooke), uma adolescente que vive com o seu avô e que carrega uma dor que desperta e adormece. Dylan tem uma rebeldia e atitudes inusitadas, compreensíveis devido a um evento marcar sua família há anos. Ao se falar de luto, não é só a morte que se encaixa neste significado, mas também o término de um namoro, de uma amizade, a solidão não combatida, entre outras coisas. Dylan apresenta todos esses conflitos, mas que infelizmente não são bem desenvolvidos. Aliás o seu capítulo, é curto e o espectador não desfruta satisfatoriamente a sua história que, logo é cortada para a terceira subtrama. O terceiro capítulo faz o público viajar para a Espanha, onde vamos conhecer duas histórias: do Sr. Saccione (Antonio Banderas) e do casal Isabel (Laia Costa) e Javier (Sergio Peris- Mencheta), uma relação de chefe e funcionário, de status diferentes e a forma como cada um leva a vida. Enquanto Saccione se apoia na riqueza a fim de esquecer o que ele não pode ter com sua família, casa, um bom trabalho e a harmonia sob o seu teto. Nessa subtrama a história demora a chegar ao ponto principal que irá conectar com as demais. No entanto, esta discute bem o papel de cada personagem, criando um mistério de quem pode ser o vilão e o mocinho deste cenário, já que as aparências enganam. Assim que o público encontra o desfecho desta trama, ele segue para o tão aguardado último capítulo, que vai acompanhar a vida de Rodrigo, filho de Javier e Isabel, um personagem que representa a última chave que conecta todas as histórias e faz o público finalmente captar a mensagem central do filme, fechando um ciclo triste, feliz e emocionante. Novamente, temos mais um capítulo que poderia ter sido um pouco mais enxuto e direto, uma vez que o espectador capta de imediato o que está acontecendo. É difícil falar de A Vida Em Si sem dar muitos detalhes, pois o filme é um grande spoiler, mas o que se pode dizer é que sua proposta tem como finalidade, retratar que eventos trágicos ou não, um dia, vão acontecer na vida de todo mundo, mas isso não quer dizer um ponto final e, sim, apenas uma "vírgula", para que momentos futuros e bons, possam vir acontecer. Por um lado, acompanhar tantos momentos brutos gera uma carga emocional bastante forte e, talvez, alguns podem se comover, enquanto outros poderão se frustrar e concluir que tal emoção soa forçado demais. Para mim, amigos cinéfilos, A Vida Em Si, é um filme muito bonito, triste, que retrata histórias que se conectam por um evento marcante, levando o público a compreender melhor o significado de luto, perda, amor e esperança. Ele me passou uma carga emocional grande, porém para alguns, pode ser que não crie uma identificação de imediato, mas vale a pena dar uma chance, pela trama, pelo elenco e também principalmente pelas atuações de todo elenco. Bom entretenimento!!!!
Tô sentindo falta de novos posts!! Kiss
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