quinta-feira, 21 de julho de 2016

3096 DIAS






                                                            3096 DIAS 
                               (3096 TAGE)

                                    Filme alemão de 2013, gênero drama e policial, com direção da americana Sherry Hormann,  foi baseado no livro "3096 Dias de Cativeiro" de 2010, escrito pela própria Natascha, trata-se da história real de Natascha Kampusch, que foi raptada e mantida em cativeiro entre os anos de 1998 e 2006. Capturada em uma rua de Viena aos dez anos, o longa narra sua vida ainda em liberdade, passando pelo período de isolamento completo do mundo exterior, onde sofreu abusos físicos e psicológicos, até o momento de sua fuga e readaptação a vida em sociedade.  O longa é bastante fiel aos relatos da menina, que escreveu diversas anotações em pedaços de papel, durante o seu confinamento. Ao longo dos seus 111 minutos, podemos ver todo o tipo de sofrimento pelo qual Natascha passou durante todos os anos em que esteve presa: humilhações físicas, como espancamento, exploração de serviços de limpeza e de trabalho braçal, e também abusos psicológicos e sexuais.É interessante destacar que, no livro, a autora não relatou os estupros aos quais foi submetida, mas apenas falou sobre isso publicamente um pouco antes do lançamento do filme e autorizou a diretora a acrescentar essas cenas no longa. Como a história é conhecida internacionalmente, o filme não pode ser considerado muito surpreendente pelo fato de já sabermos qual será o desfecho da situação. De qualquer forma, a diretora, junto com a roteirista alemã Ruth Toma, fez um bom trabalho na construção da narrativa. A diretora utilizou a dose certa de suspense e tensão e nos deixa o tempo todo angustiado e presos à história, mesmo que ela já carregue por si só essa carga de sentimentos angustiantes. Outro ponto positivo é a fotografia e a direção de arte. Agora a meu ver amigos, realmente,o ponto forte do filme são as atuações, principalmente a da atriz irlandesa Antonia Campbell-Hughes, que vive a protagonista após a puberdade. É impressionante como a atriz de 31 anos se entregou de corpo e alma ao papel, chegando a pesar praticamente o mesmo peso de Natascha durante o sequestro (47 Kg com 1,57 cm). Os ossos protuberantes de Antonia e seu olhar desesperado nos envolvem ainda mais com a história. Não posso deixar de comentar também sobre a atriz britânica Amelia Pidgeon, que deu vida a Natascha na infância. Com seu rosto doce e personalidade forte, ela representou muito bem a inocência e também o amadurecimento da personagem ao longo dos dias de sofrimento. Outra atuação digna de destaque foi a do ator dinamarquês Thure Lindhardt, que deu vida ao estranho e maníaco Wolfgang Priklopil. O ator representou com maestria um personagem bastante complexo: um homem conservador,solitário, mimado pela mãe e com ideias extremamente radicais. Suas expressões frias e serenas, mesmo sabendo ser o responsável pelo sequestro e tortura de uma criança, são impressionantes. Por fim amigos cinéfilos, deixo meu parecer que este filme como adaptação de um caso extremamente comovente, cumpriu muito bem o seu papel, embora ele não mostre detalhes do reencontro dela com sua família e nem da sua história após a fuga. Sabe-se que Natascha teve uma vida bastante complicada, não só pelos traumas do ocorrido, mas, principalmente pelo assédio da imprensa, se tornando praticamente uma celebridade em seu país e no mundo. Eu recomendo aos amantes de um filme com drama forte, pesado e com uma história envolvente e muito bem executada, e também esta película só reforça a nossa indignação e nos deixa incrédulos de ver até onde a mente perversa do ser humano pode chegar.

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