segunda-feira, 25 de novembro de 2013

LARRY CROWNE - O AMOR ESTÁ DE VOLTA



                          
                                                       

     

                         LARRY CROWNE- O AMOR ESTÁ DE VOLTA

                                                 (LARRY CROWNE)

 

                                                 

                                  Larry Crowne (Tom Hanks) trabalha há anos em uma loja, onde já foi escolhido por nove vezes como o funcionário do mês. Um dia, para sua surpresa, ele é demitido por não ter curso superior. Precisando recomeçar do zero, ele resolve se matricular na faculdade. Um dos cursos que realiza é o de oratória, ministrado por Mercedes Tainot (Julia Roberts), que está desanimada devido ao desinteresse dos alunos por sua matéria. A vida na faculdade faz com que Larry ganhe novos amigos, mude seu estilo de vida e se aproxime, cada vez mais, de Mercedes.

A grande mensagem que Larry Crowne procura passar, envolve um incentivo àqueles que pretendem mudar, em um estágio já um pouco mais avançado da vida.  
Um conjunto de fatores contribui para que Larry decida radicalizar. Primeiramente, ele se dá conta do quão medíocre sua vida é sem seu emprego. Depois, se surpreende ao notar sua dificuldade em acompanhar o simples curso de oratória de Mercedes. Por último, surge em sua vida uma colega de faculdade (a atriz britânica Gugu Mbatha-Raw no papel de Thalia), super animada que lhe convida para integrar um grupo de motociclistas que basicamente passam o tempo todo rodando pela cidade sem um objetivo muito claro em mente. Agora influenciado por sua nova leva de amigos aventureiros, Larry tem como único objetivo mudar de vida e conquistar o coração de sua professora.
O problema maior em toda essa história é a total falta de objetivo do roteiro. O que começa sendo uma desventura vivida por um cinqüentão acomodado, se transforma em um romance aguado que em momento algum convence e termina em uma sucessão de desfechos abruptos e pouco imaginativos. Chega a surpreender essa falta de idéias apresentada por Hanks, um cara que sabe como ninguém o quão carente de inovação andam as comédias americanas. O que poderia ser uma bela contribuição para o cinema comercial atual americano é apenas um filme bobo, onde tudo acontece rápido demais e em momento algum decola para valer.
Julia Roberts, apesar de encantadora, não consegue fazer muito para mudar a situação. Mercedes é uma personagem apática, que deveria mudar com o decorrer da trama, mas que não ganha espaço o suficiente para crescer. Hanks tende a atribuir força aos personagens secundários, de modo que o casal principal é o mais sem graça de todos. Para piorar, há uma enxurrada de personagens periféricos idiotas e apelativos, claramente usados para arrancar risadas do público a duras penas.
 Apesar dos pesares, ainda há um vestígio de bons momentos durante a duração do filme, que se resumem basicamente ao carisma de seus protagonistas (o sorriso de Julia Roberts ainda é uma arma infalível). Fora isso é pequeno e covarde, incapaz de sair da mesmice e que não acrescenta nada aos envolvidos no projeto. Resta torcer para que isso não se repita futuramente. Afinal, dói fundo ver dois grandes talentos tão desperdiçados em um trabalho tão ameno.
Por tudo isto, é que não recomendo esta película, lançada em 2011, nem para os  fanáticos da protagonista de Uma Linda Mulher, Julia Roberts. 

 

NÃO SE MOVA



                          
                                                                         


                                                             NÃO SE MOVA

                                                                 (NON TI MUOVERE)

   

                                                     Este filme lançado em 2004, conta uma parte da vida de

Timoteo (Sergio Castellitto), um renomado cirurgião, que passa por um clima de tensão e choque quando a filha Ângela (Elena Perino) sofre um grave acidente de moto e é levada às pressas para o mesmo hospital onde ele trabalha.

Fragilizado e sem condições para realizar a operação, Timoteo aguarda ansioso, relembra e revela segredos do passado, enquanto seus companheiros tentam resgatar a vida de sua filha. Aos poucos, o filme mostra um Timoteo diferente e apresenta a camuflada história contada por este burguês, aparentemente um pai de família perfeito.

O protagonista lembra de um caso ocorrido quase 15 anos atrás que envolve o médico e Itália (a sensual Penélope Cruz), uma camareira pobre que reside no subúrbio. Ela se mostra um pouco oprimida, mas tem personalidade forte. A relação inicia-se com um estupro inconseqüente, vira uma paixão avassaladora e os sentimentos se tornam profundos com o passar do tempo.

Adaptado do belíssimo romance homônimo de Margaret Mazzantini ( esposa do diretor do filme , Sergio Castelitto) "Não se mova", é um profundo e doloroso mergulho no mundo das renúncias , das escolhas negadas , daquilo que poderia ter sido e não foi. É um filme sobre o segredo, sobre tudo o que escondemos dos outros e de nós mesmos. Médico rico e casado com bela e culta jornalista apaixona-se por uma infeliz , uma desgraçada; uma mulher que a vida tratou de marcar com todos os tipos de tragédia; uma mulher que aprendeu desde cedo o seu lugar miserável no mundo. O filme mostra como fatos que acontecem por acaso ou simplesmente fora de hora esmagam totalmente as pessoas , que ficam a mercê das circunstâncias. O grande vilão de "Não se mova" é a própria vida : circunstancial, inflexível e irônica. A atuação de Penelope Cruz merece atenção especial. A atriz surge totalmente feia  e para minha surpresa talentosa. Filme denso, profundo, passional , angustiante e extremamente sensível..

Finalizando gostaria de indicar este filme para os amantes de um bom drama, uma história atual nos nossos dias, com interpretações convincentes dos atores italianos Sergio Castellitto e  Claudia Gerini (papel de Elza, esposa do médico) e da espanhola  Penélope Cruz (papel de Itália, a melhor do filme).