sábado, 3 de julho de 2021

FAMÍLIA YAKUZA

                                                                                  

                                                                                     



                                                   FAMÍLIA YAKUZA

         


                  Após um tempo afastado das telinhas, e consequentemente do meu Blog, retorno aqui tendo visto esse filme e passarei meus comentários.  

                  Dirigido por Michihito Fujii, este drama policial chega ao catálogo da NetFlix e mostra o auge e a decadência da maior organização criminosa do Japão. Família Yakuza, longa japonês que chegou ao catálogo da Netflix em 18 de junho de 2021, deve despertar no desinformado "gaijin" ocidental, a ideia de um filme que vai mostrar o submundo do crime no Japão, repleto de drogas, mulheres exploradas, traições e um banho de sangue em meio a tiroteios milimetricamente coreagrafados. 
                   Quem pensar assim, vai errar feio, pois, para começar, a legislação do país asiático para o porte e uso de armas de fogo, é das mais rigorosas, e os bandidos por isso mesmo, costumam usar armas brancas para resolver suas diferenças- o que garante, pelo menos, alguns momentos em que os personagens tenham sangue nas mãos, no rosto, nas roupas, até na alma. Além disso, o filme é um drama que se concentra na perda de poder da Yakuza nos últimos anos, e como essa perda de influência impactou a já conturbada vida dos criminosos e daqueles que estão ao seu redor.
                   A história é contada em três atos a partir de seu protagonista, Kenji Yamamoto (Gô Ayano). Em 1999, ele é um jovem sem muitas perspectivas. Uma série de eventos completamente aleatórios faz com que ele caia nas graças do chefe de um dos sindicatos Yakuza, Hiroshi Shibasaki (Hiroshi Tachi), num período em que a secular organização criminosa desfrutava de grande influência em vários setores da sociedade, da economia e da política, a ponto de ser vista como um grupo semi legitimado, com a liberdade de ter cartões de visita.
                    O filme pula para 2005 e mostra Kenji como um dos mais importantes e fiéis membros do grupo, que se torna sua família. Com a Yakuza ainda gozando de grande poder e influência, ele acaba se apaixonando por Yoda Kudo ( Machiko Ono), que trabalha como acompanhante em uma das boates da quadrilha. Uma sequência de crimes joga a história para 2019, quando a Yakuza enfrenta a decadência após o governo japonês deixar de fazer vista grossa para os grupos mafiosos. Kenji precisa, então, conviver com uma realidade em que os yakuza não tem mais dinheiro, nem influência, e seus ex-integrantes conseguem apenas serviços braçais e mal remunerados.
                      Com cerca de 135 minutos de duração, "Família Yakuza" é um filme que tem seus momentos de violência, mas no geral, é um drama que não tem pressa em desenvolver sua história e personagens, mas nem por isso o ritmo lento da trama torna a experiência tediosa. Cada ação tem sua consequência, e o público sempre ficará na expectativa do que acontecerá depois, em particular, nas reviravoltas mais marcantes do longa.
                       Tecnicamente, o filme é impecável, graças ao trabalho da fotografia que, ao apostar em ambientes pouco iluminados, valoriza os cenários decadentes por onde transitam os personagens. A experiência também é garantida pelo figurino, transitando pelo sóbrio preto usado pelos Yakuza e as roupas coloridas dos jovens, a câmera que encontra algumas soluções visuais bem interessantes e o elenco, que entrega ótimas atuações , resumidamente, essa película na essência, se trata de um filme melancólico, que mostra que o tempo altera a forma de encarar a vida, assim como as leis do Japão que fechou o cerco sobre a Yakuza, e que essa trama acaba não glamourizando o crime, ponto este que também gostei dessa abordagem.
                         Amigos cinéfilos, esta película foi uma grata surpresa para mim, apesar de não ser um fã desse tipo de filme, eu recomendo sem dúvida nenhuma. Bom entretenimento.

domingo, 25 de abril de 2021

SAVIOR - A ÚLTIMA GUERRA

                                                                        


          SAVIOR - A ÚLTIMA GUERRA

                                                              ( SAVIOR )



                      Filme americano lançado no ano de 1998, de 103 minutos de duração, de gênero drama e guerra, com direção do sérvio Predrag Antonijevic, roteiro de Robert Orr e produzido pelo famoso Oliver Stone e a Janet Yang, e também com a curta aparição da sempre linda atriz alemã Nastassja Kinski, filha do também ator já falecido Klaus Kinski, e do ator sueco já velho conhecido nosso Stellan Skarsgard. 
               Joshua Rose (Dennis Quaid), funcionário do Departamento de Estado dos EUA em missão na embaixada em Paris, vê sua esposa (Nastassja Kinski) e filho serem mortos em um atentado cometido por supostos terroristas islâmicos.                             Imediatamente após a cerimônia de transferência (dos mortos), ele invade uma mesquita próxima e atira em vários fiéis. Seu amigo Peter (Stellan Skarsgard) é forçado a atirar em um dos sobreviventes quando o homem tenta matar Rose, e para evitar a prisão, eles se juntam à Legião Estrangeira Francesa, com Joshua assumindo o nome de Guy.
               Anos mais tarde, Joshua, agora conhecido pelo nome de "Guy", e Peter estão lutando pelos sérvios da Bósnia na Guerra da Bósnia. Até que uma situação começa a mudar sua vida. Joshua(Guy)fica responsável por Vera (Natasa Ninkovic), uma sérvia que foi estuprada e está grávida. Ao cuidar da Vera e da sua filha, que é rejeitada pela família inicialmente, Joshua se lembra que já teve uma família. Em meio às bombas e horrores que devastaram a antiga Iugoslávia, Joshua pode redescobrir o que é o amor e a esperança.
                A meu ver amigos, achei muito boa essa película, apesar de não ser um apreciador de filmes de guerra, esse foi para o lado humano em uma guerra e não para fins de confronto bélico, por isso provocou a minha curiosidade e atenção.
                Atuação impecável do Dennis Quaid, realmente incorporou um personagem atormentado e traumatizado com os horrores da guerra e foi magistral a sua interpretação. Como ponto negativo, quero deixar registrado a pequena participação dos excelentes atores, a sempre linda alemã Nastassja Kinski e o ator sueco Stellan Skarsgard, eles deveriam ter tido uma maior participação na película, porém, infelizmente isso não ocorreu. 
                 Gostei muito também, uma grata satisfação da interpretação dessa atriz desconhecida natural de Herzegovina (pelo menos para mim), no papel de Vera (Natasa Ninkovic).
                  Bela fotografia, ambientes sombrios, típicos da guerra, boa trilha sonora, assim como, atuações convincentes dos atores coadjuvantes, a película também nos mostra sem exageros nem clichês, sobre os horrores e as transformações que a guerra faz com os soldados.
                   Finalizo meu comentário, aconselhando a todos assistirem, porque como eu, que não aprecio filmes de guerra, esse eu vi, com os olhos grudados na tela, gostei e recomendo porque tem uma linda história, com enredo, boas interpretações dos atores, e nos faz meditar até que ponto vale o sacrifício humano de uma guerra. Bom entretenimento.                 
               

sexta-feira, 23 de abril de 2021

ADEUS,PROFESSOR

                                                                                    



                      ADEUS, PROFESSOR

                           (RICHARD SAYS GOODBYE)                                       

                                           Filme americano de gênero comédia dramática, com direção e roteiro de Wayne Roberts (diretor este sendo seu segundo trabalho, onde o primeiro foi o drama Katie Says Goodbye sobre uma adolescente que recorre à prostituição como meio de alcançar uma vida melhor. Este filme tem a atriz Olivia Cooke e Jim Belushi no elenco). 
                                Lançado nos cinemas brasileiros em 05 de outubro de 2018 e disponível no site da Amazon Prime Video, a partir de 25 de fevereiro de 2021, a duração desse filme é de 1 hora e 30 minutos (a meu ver poderia ter sido um pouco mais longo, a fim de poder dar maior profundidade aos personagens), mas mesmo assim, eu fiquei com os olhos colados me imaginando na situação. 
                                A trama acompanha Richard (Johnny Depp), professor de inglês da Faculdade Richard Brown, casado e com uma filha adolescente. Logo no começo do filme, ele descobre que está com câncer e seu médico lhe diz que se não fizer tratamento, só terá seis meses de vida, desde então, ele chuta o balde, mete o pé na jaca, liga o botão do "tô nem aí" e muda toda a sua dinâmica de aula com os alunos, levando uma vida perdulária e sendo permissivo em sua residência, não dando a mínima para a traição de sua esposa, Veronica (Rosemarie DeWitt), com o reitor da universidade, Henry( Ron Livingston), que a esposa diz ser seu amigo de trabalho. O professor Richard havia planejado contar à sua mulher e sua filha, Olivia( Odessa Young), mas ao saber que sua filha assumiu que é lésbica e a mãe não aceita, ele preferiu não informar sobre sua saúde, conta para o único amigo, Peter( Danny Huston). 
                                 Entretanto, sua nova forma de dar aula agrada aos poucos alunos que lhe restaram, entre eles temos a aluna e sobrinha do reitor, Claire(Zoey Deutch), dando esse caminho ao filme e mostrando o professor Richard  no final do semestre dando outro rumo à sua vida, com a desculpa de tirar um ano sabático. 
                                 O filme é sombrio e divertido ao mesmo tempo, tem atuação mediana do protagonista, boa direção de arte, fotografia pertinente, belo cenário universitário, boa trilha sonora, mas, para quem gosta de ritmo agitado, esse não é, pelo contrário, apresenta um ritmo lento, seu roteiro poderia ser mais envolvente, e foi dividido em seis capítulos, onde um intelectual não mostra qualquer emoção ao contar sobre seu trágico destino e nem ao saber que sua companheira o trai há tempos. 
                                 Finalizando meu comentário, no geral, a película nos faz refletir sobre o quanto nos incomodamos e nos apegamos a certas coisas que só percebemos que não valem nada, quando a nossa morte está antecipada ao que esperamos, e o filme forma diálogos interessantes e engraçados, e na minha avaliação vale dar uma conferida. 

quinta-feira, 11 de março de 2021

ERA UMA VEZ UM SONHO

                                                                        


                ERA UMA VEZ UM SONHO

                                                        ( HILLBILLY ELEGY) 
                               

                              Olá amigos cinéfilos, após um tempo afastado do meu Blog, por questões da Pandemia, trabalho e vida corrida, retornei, e aproveitei para analisar essa película, visto neste último fim de semana, espero que apreciem meus comentários, e fiquem todos com Deus.
                               Trata-se de  um filme americano de gênero drama, baseado em uma história real, lançado em 2020 pela NetFlix, com  direção de Ron Howard, o drama adapta uma autobiografia, lançando mão de duas grandiosas atrizes. 
                               Na trama, J.D. Vance (Gabriel Basso) é um ex-fuzileiro naval do sul de Ohio e atual estudante de direito da Universidade de Yale, em New Haven, Connecticut, que está prestes a conquistar o emprego dos sonhos. Mas, por causa de uma crise familiar, é forçado a voltar à vida que tentava deixar para trás. Agora, ele precisará enfrentar a complexa dinâmica familiar, incluindo uma relação complicada com a mãe, Bev( Amy Adams), que luta contra um vício.
                               O grande lance dessa produção, é mostrar como, às vezes, uma pessoa pode escapar de um destino predeterminado pelo seu contexto de escassez. Para isso, J.D. teve a regrada tutela de sua avó, a má influência da sua mãe viciada, e uma boa dose de sorte. Tudo isso para poder dizer que ele escapou de um futuro problemático que o aguardava. 
                               No entanto, isso não significa que ele seja um vencedor na vida. Há diversas questões não resolvidas sobre seu passado deixadas para trás, como se nunca tivessem existido ou pior: não precisassem de uma solução. o urgente retorno para sua terra natal justamente num momento crucial da sua carreira profissional e também a vontade do protagonista de fazer as pazes e poder amenizar todas as dificuldades pelas quais essa família passou. E não foram poucas. 
                               O roteiro de Vanessa Taylor, que adapta a biografia escrita pelo próprio J. D. Vance, insere a questão geracional na história de um modo que torna o filme menos interessante, mostrando através de flashbacks como a mãe e avó do protagonista não tiveram tanta sorte em escapar do que o mundo estabeleceu como destino para elas. Algumas dessas cenas no passado são mal inseridas, mas a maioria delas funciona dentro do propósito do longa de Ron Howard.
                               Como Era uma vez um sonho é uma produção que visa a corrida do Oscar, vale elogiar o bom destaque dado a duas grandes atrizes que são Amy Adams e Glenn Close.
                               A primeira está transformada, num típico papel que a Academia adora premiar. Se Amy Adams (A Chegada) irá vencer são outros quinhentos, mas que ela consegue dar qualidade à personagem, é algo evidente. No entanto, nota-se também que faltou algo, talvez maior tempo de tela com mais diálogos. 
                               Mas quem rouba a cena mesmo é Glenn Close (A Esposa; Atração Fatal), que consegue com menos tempo, destacar fortemente questões da sua personagem. A maquiagem e o figurino que retratam uma mulher aposentada de classe média baixa, salta aos olhos principalmente com ela, mesmo sendo um recurso bem usado em toda a produção. Curiosamente, tanto Adams quanto Close já receberam indicações ao Oscar, mas nunca foram premiadas. 
                               Correndo por fora, Gabriel Basso consegue levar suas cenas dignamente na pele do protagonista. Presente em Super 8 (de Steven Spielberg), é um grande talento a ser observado. A versão mirim de J. D. Vance, vivida por Owen Asztalos, foi uma boa escolha que conseguiu manter a semelhança do personagem com a longa diferença de idade. 
                              Era uma vez um sonho também permite uma leitura da situação econômica dos EUA e como o capitalismo mudou, deixando de lado uma classe trabalhadora não escolarizada, que se tornou ressentida (que eclodiu na eleição de Trump), ao passo que se reproduzia significativamente como podemos observar nas cenas onde J.D. volta para sua cidade de infância, ainda mais abarrotada de crianças e pessoas em geral, pelos quintais das casas. É uma camada que ajuda a contextualizar e explicar muito sobre os personagens e seus dilemas. 
                              Ao final, Ron Howard mostra que sua intenção nunca foi se aprofundar nas questões que ele jogou para o espectador, deixando um gosto raso de 'a vida como ela é" e " toda família tem seus problemas". É como um episódio da série This is Us onde não choramos tanto assim. Não é o suficiente para ganhar um Oscar de Melhor Filme, tampouco Melhor Direção, porém, com a falta de lançamentos, devido a pandemia e também pela má qualidade dos filmes em exibição atualmente, pode até ser que caia algum prêmio no colo deste entretenimento.    
                              

domingo, 1 de novembro de 2020

A VIDA EM SI

                                                     

                                                                             


                                     A VIDA EM SI

                             ( LIFE ITSELF )

                       Filme de produção americana e espanhola de 2018, escrito e dirigido pelo americano Dan Fogelman, que em síntese trata-se do relacionamento amoroso vivido por um casal Will e Abby (Oscar Isaac e Olivia Wilde), em que ele é contado através de diferentes décadas e continentes, desde as ruas de Nova York até a Espanha, e como diferentes pessoas acabam se conectando a ela, através de um evento marcante.                                                                                                                                                Todas as histórias narradas tem algo em comum: luto e superação. E é exatamente por este caminho que a trama de A Vida Em Si (Life Itself) se desenvolve, um filme bonito e bem desenhado pela ótima interpretação do elenco, mas com uma carga emocional ao extremo, que muitos vão se sensibilizar, enquanto outros não.                              As 4 histórias divididas em capítulos - dando a impressão de que estamos lendo um livro - se passam em tempos e continentes diferentes, desde as ruas de Nova York até Espanha, mas que de alguma forma se correlacionam em algum dado momento, um ponto que o diretor e roteirista Dan Fogelman faz bem. O roteiro não entrega instantaneamente as pistas para que o público saiba o que está acontecendo.                       Cada história é uma peça a se juntar no grande quebra-cabeça chamado "Vida", e à medida que descobrimos o que se passa com cada personagem em cada trama, torna a experiência deste filme cada vez mais emocional, intensa e pesada, uma vez que a história explica que a vida gosta de nos pregar peças, de fazer a gente tropeçar e cair para sabermos o quão forte somos para não desistir de seguir em frente, não importa o tamanho da dor.                                                                                                           Logo de cara, a história começa de um jeito estranho, como se fosse um filme dentro do filme, sendo dirigido e narrado por Samuel L. Jackson (sim, ele aparece). A verdade é que estamos acompanhando um ponto de vista criativo de Will para conhecer a sua história amorosa com Abby, que vão do romance universitário ao casamento e a gravidez. Junto com a criação deste roteiro um pouco desconexo, o público descobre que algo aconteceu na vida do rapaz, uma vez que ele vai revelando pitadas de sua jornada nas sessões com sua terapeuta (Annette Bening), de forma teatral, como se eles estivessem assistindo a própria vida do protagonista naquele exato momento.                                                                                                                                                É impossível não reconhecer o fato de que Oscar Isaac tem uma ótima atuação ao entregar um Will atordoado, perdido, desesperado internamente e doente de amor. Sim, o personagem sofre por Abby, pelo seu amor devoto à amada que vemos crescer e se fortalecer desde o primeiro dia em que eles se encontram, Olivia Wilde não fica para trás e interpreta uma Abby feliz com a vida, com os seus desejos, mas, também discute, enfrenta os obstáculos sem deixar o amor de lado. Mas um evento faz com que tudo mude, levando o espectador para a segunda história.                                                        Na segunda subtrama, acompanhamos a vida de Dylan (Olivia Cooke), uma adolescente que vive com o seu avô e que carrega uma dor que desperta e adormece. Dylan tem uma rebeldia e atitudes inusitadas, compreensíveis devido a um evento marcar sua família há anos. Ao se falar de luto, não é só a morte que se encaixa neste significado, mas também o término de um namoro, de uma amizade, a solidão não combatida, entre outras coisas. Dylan apresenta todos esses conflitos, mas que infelizmente não são bem desenvolvidos. Aliás o seu capítulo, é curto e o espectador não desfruta satisfatoriamente a sua história que, logo é cortada para a terceira subtrama.                                                                                                                                                         O terceiro capítulo faz o público viajar para a Espanha, onde vamos conhecer duas histórias: do Sr. Saccione (Antonio Banderas) e do casal Isabel (Laia Costa) e Javier (Sergio Peris- Mencheta), uma relação de chefe e funcionário, de status diferentes e a forma como cada um leva a vida. Enquanto Saccione se apoia na riqueza a fim de esquecer o que ele não pode ter com sua família, casa, um bom trabalho e a harmonia sob o seu teto. Nessa subtrama a história demora a chegar ao ponto principal que irá conectar com as demais. No entanto, esta discute bem o papel de cada personagem, criando um mistério de quem pode ser o vilão e o mocinho deste cenário, já que as aparências enganam.                                                                                                       Assim que o público encontra o desfecho desta trama, ele segue para o tão aguardado último capítulo, que vai acompanhar a vida de Rodrigo, filho de Javier e Isabel, um personagem que representa a última chave que conecta todas as histórias e faz o público finalmente captar a mensagem central do filme, fechando um ciclo triste, feliz e emocionante. Novamente, temos mais um capítulo que poderia ter sido um pouco mais enxuto e direto, uma vez que o espectador capta de imediato o que está acontecendo.                                                                                                                                                  É difícil falar de A Vida Em Si sem dar muitos detalhes, pois o filme é um grande spoiler, mas o que se pode dizer é que sua proposta tem como finalidade, retratar que eventos trágicos ou não, um dia, vão acontecer na vida de todo mundo, mas isso não quer dizer um ponto final e, sim, apenas uma "vírgula", para que momentos futuros e bons, possam vir acontecer. Por um lado, acompanhar tantos momentos brutos gera uma carga emocional bastante forte e, talvez, alguns podem se comover, enquanto outros poderão se frustrar e concluir que tal emoção soa forçado demais.                                                                                                                                                            Para mim, amigos cinéfilos, A Vida Em Si, é um filme muito bonito, triste, que retrata histórias que se conectam por um evento marcante, levando o público a compreender melhor o significado de luto, perda, amor e esperança. Ele me passou uma carga emocional grande, porém para alguns, pode ser que não crie uma identificação de imediato, mas vale a pena dar uma chance, pela trama, pelo elenco e também principalmente pelas atuações de todo elenco. Bom entretenimento!!!!  

terça-feira, 27 de outubro de 2020

A ESPIÃ

                                                                         

                                                                              

                                                            

                                          A ESPIÃ

                             ( ZWARTBOEK )  

           É um filme de produção britânica-belga-holandesa, realizado em 2006, de gêneros drama, guerra, espionagem e suspense, dirigido pelo holandês Paul Verhoeven, com roteiro de Gerard Soeteman e do próprio Verhoeven. Protagonizado pela atriz holandesa Carice Anouk van Houten, a mesma que fez o papel de Melisandre no seriado Game of Thrones, e foi com esse filme A Espiã, que lançou a carreira internacional dela.                                                                                                                                            O cineasta Paul Verhoeven é amado ou odiado, sem meio termo, pois foi diretor de sucessos como Robocop (1987), O Vingador do Futuro (1990) e Instinto Selvagem (1992), além de fracassos como, ShowGirls (1995), Tropas Estelares (1997) e O Homem Sem Sombra (2000), muitos o consideram superficial, prendendo-se demais ao sexo e a violência em seus filmes. Isso é verdade, mas não quer dizer que apenas por isso, ele seja superficial e sem qualidades.                                                                                              Um bom exemplo de como Verhoeven sabe conduzir uma boa história é A Espiã, lançado em 2006, pois parece que, decepcionado com suas últimas incursões em Hollywood, o holandês precisou voltar à sua terra natal, após duas décadas, para mostrar o dom que tem com a câmera. O drama ambientado na Segunda Guerra Mundial, conta a história de Rachel (Carice van Houten), uma ex-cantora de cabaré judia, que se esconde do nazismo, junto a uma família holandesa. Após ser descoberta e conseguir fugir, acaba encontrando um grupo de resistência e se torna agente dupla, com outro nome, Ellis.                                                                                                                                      É neste jogo de aparências que Verhoeven mostra sua marca, tanto nos já citados sexo e violência, mas também na capacidade de não precisar aprofundar muito a história da guerra e assim conseguir focar em seus personagens. Há muita ação no filme, mas Rachel/Ellis também é dissecada em sua personalidade dupla. E vale ressaltar que o desempenho fenomenal de sua intérprete ajuda ainda mais nesse ponto.                                                                                                                                                                 Apesar de aparentar tocar no assunto de forma rasa, o cineasta holandês mostra que a guerra, assim como qualquer outra coisa, é motivada por impulsos humanos. Rachel/Ellis é instinto puro, e nos faz lembrar da maioria dos protagonistas dos filmes do diretor (seja Sharon Stone em Instinto Selvagem ou Kevin Bacon em O Homem Sem Sombra). Para quem gosta desse estilo de película, A Espiã é um Verhoeven renovado e que nos deixa com vontade de mais e mais de seu cinema.                            Amigos apaixonados por um bom filme, apesar de não ser muito admirador de filmes de guerra, acho que por esse não ter tido muitas cenas de guerra, e a história e as interpretações dos personagens terem sido fantásticas, me prendeu e gostei muito dele, vale uma conferida.

                     

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

SIMPLESMENTE ACONTECE

                                                                              

                                                                              

                                                                           

                    SIMPLESMENTE ACONTECE

                          (LOVE, ROSIE)  
                                
      Filme produzido em parceria do Canadá, Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, realizado em 2014 e lançado no Brasil em 05 de março de 2015, de gênero romance e comédia, baseado no livro "Onde Terminam os Arco-Íris", da autora irlandesa de P.S. Eu Te Amo, Cecelia Ahern e dirigido pelo alemão Christian Ditter. 
              Essa comédia romântica estrelada pela queridinha britânica de Hollywood, Lily Jane Collins, filha do famoso músico Phil Collins, muito tempo vocalista da banda Genesis e também atingiu muita fama e êxito na carreira solo, ela detentora de umas sobrancelhas marcantes - e também pelo astro de Jogos Vorazes: Em Chamas, o também britânico, Samuel George Claflin, conhecido artisticamente como Sam Claflin.
           A história mostra Rosie (Lily Collins, de Espelho, Espelho Meu) e Alex (Sam Claflin, de A Marca do Medo), melhores amigos desde a infância, que moram no Reino Unido e planejam se mudar para Boston nos EUA, onde vão cursar a faculdade juntos. Porém, tudo muda quando Rosie descobre que ficou grávida do "bonitão da escola" (Christian Cooke, da série Magic City) e decide criar o bebê. A partir daí, os encontros e muitos desencontros fazem com que ela tenha uma vida com a qual nunca tinha imaginado. 
         O longa é uma espécie de cópia também bem feita do filme Um Dia (Lone Scherfig, 2011), com Anne Hathaway e Jim Sturgess, este também adaptado de uma obra literária. No entanto, o livro de Ahern é mais antigo que o de David Nicholls do filme Um dia, levando a um certo empate no quesito criatividade.
               A diferença de Simplesmente Acontece é que ele é muito mais leve, engraçado e juvenil. Com uma fotografia que não sai do padrão, mas que chama a atenção e te faz querer conhecer as locações, o filme consegue conquistar aqueles que não tem problemas com o gênero e a trilha sonora também não passa despercebida, ajudando no ar jovial do longa. Lily Allen e KT Tunstall marcam presença e animam algumas cenas. É importante destacar a atuação de Lily Collins, que conseguiu retratar a passagem do tempo e a evolução de Rosie, como mãe e mulher muito bem. 
              A equipe de figurino, cabelo e maquiagem, acerta em todas as fases de idade, não só de Rosie, como de todos os outros personagens, em especial de Ruby, interpretada por Jaime Winstone ( de Wild Bill ). 
              Com esse combo de eficiência, foi possível ver nitidamente o amadurecimento de todos os personagens. Apesar de ser um filme com inúmeros clichês, Simplesmente Acontece, pode saltar aos olhos de algumas pessoas, pois Rosie é uma personagem forte que, apesar de ter a vida totalmente modificada por uma gravidez inesperada, continua independente e resolvida em relação a si mesma. Ela faz suas próprias decisões, baseadas no que ela quer e no que ela pensa ser o melhor no momento. Lógico que há muito lugar-comum no roteiro, mas a atuação dela realmente consegue cativar e faz jus ao seu papel de personagem principal. 
             Simplesmente Acontece pode até entrar na não muito apreciada categoria de comédias românticas, mas sua execução foi tão bem feita, que os que tem preconceito, devem assisti-lo para, quem sabe, mudar de opinião em relação ao gênero. Já os fãs de carteirinha, não podem perder de maneira alguma essa película. Boa pipoca, coca-cola e entretenimento!!!!!